Maiêutica[Do gr. maieutiké (téchne).]Substantivo feminino 1.Processo dialético e pedagógico socrático, em que se multiplicam as perguntas a fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito geral do objeto em questão. [Cf. ironia socrática.] 2.Obst. V. obstetrícia. (Dicionário Aurélio)
Guadalupe Casal e Maíra Prates, duas jovens atrizes, sob orientação de Maico Silveira, estão em carta em cartaz no Teatro de Arena com MAIÊUTICA. Uma peça curta que pretende explorar "as divergências da relação mãe e filha num passeio poético guiado pela infância", conforme pode ser lido no delicado programa do espetáculo.
As duas atrizes são também as responsáveis pela dramaturgia, que, na minha opinião é o ponto fraco da peça, já que os textos selecionados e/ou a junção deles, não oferece um crescimento, um desenvolvimento progressivo nas idéias que o espetáculo pretende dialogar com o espectador. Não oferece também maiores dificuldades para a interpretação das atrizes. Passeios pelo universo feminino são tão abundantes no teatro quanto as chamadas peças de casal. Ou se encontra, dramaturgicamente, uma idéia com um quê de originalidade ou com textos que aprofundem esta discussão ou se cai na mesmice das coisas já faladas.
A encenação, como tantas outras, conta com poucos recursos, e opta por trabalhar apenas com alguns elementos de cena. O figurino assinado por Guadalupe Casal é apenas funcional. A iluminação, criada por Carol Zimmer, não acrescenta nada, não acentua climas, não vai além de iluminar a cena. Como o diretor não se assume como tal, e chama-se apenas de orientador cênico, não se pode comentar a direção. "Orientação" me parece um eufemismo para não assumir o compromisso com a real direção de uma peça, e também para dividir a responsabilidade com os atores. No caso, as atrizes.
As duas interprétes se mostraram excessivamente tímidas. Talvez por tratar-se da estréia. Com certeza, com a repetição das apresentações, elas irão fortalecendo suas interpretações. Gaudalupe Casal se mostra mais expressiva e apresenta mais nuances quando das acontecem mudanças de idade e de situação. Maíra Prates aparece melhor como criança do que como adulta ou uma mulher solitária mãe de uma adolescente. Transita com demasiada semelhança pelas direfentes fases solicitadas pelo texto.
O resultado é uma peça que não empolga, que carece de criatividade, de aprofundamento interpretativo, de direção e de uma dramaturgia mais sólida e, com a simplicidade de um risco de giz traçar um espetáculo com uma teatralidade mais exuberante.
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